janeiro 26, 2011

Sonhos

E, de repente, vieste em direção a mim, olhaste-me nos olhos:
- Vim pedir-te desculpa. - disseste com um ar sincero e atrapalhado. Queria responder um "Estás desculpado." ou "Era apenas isso que eu queria ouvir.", mas fiquei muda, as palavras faltaram-me e o meu rosto ficou imóvel. - Compreendo se tu não me desculpares, porém era uma das coisas que eu mais queria. Para mim continuas a ser tudo e por mais que tente não consigo deixar de pensar em ti, cada dia que passa, cada gesto que fazes, cada...- Interrompi-te fazendo um gesto de silêncio com o meu dedo nos teus lábios, envolvi os meus braços no teu pescoço e abracei-te. Senti um alívio, um peso retirado de cima dos ombros e, finalmente, as palavras voltaram, disse-te:
- Eu desculpo e obrigada.
- Obrigada de quê?
- De nada.
Continuamos abraçados. Finalmente, larguei-te com um sorriso enorme e vi que estavas realmente arrependido, os teus olhos mostravam isso. Talvez tenha jogado pelo arriscado, mas sim, eu fiz aquilo que mais receava fazer, beijei-te. Terminei virando costas e comecei a correr, disseste para eu esperar, mas eu continuei. Talvez tenha sido algo demasiado à filme... Não interessa, estava feliz demais para pensar nisso. Se nesse momento me dissessem que existiam aliens, fadas, ogres, princesas, castelos, príncipes ou até magia, eu acreditava em tudo, menos nos príncipes, porque não existem príncipes, existe um príncipe, tu, e é daqueles bem encantados. Queria saber como é que ia terminar, como é que te ia reencontrar, mas a minha mãe acendeu a luz com um grito:
- Acorda, já vais chegar atrasada para a escola!